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    Investigadores da UC desenvolvem bioprocesso para remoção de microplásticos nas estações de tratamento de águas

    Uma investigação, liderada pela Universidade de Coimbra, evidencia que os efluentes industriais não são os que apresentam maior contribuição para a contaminação por microplásticos quando comparados com efluentes domésticos provenientes de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’S) municipais. Os investigadores envolvidos estão a desenvolver um bioprocesso à base de resíduos agroflorestais para a remoção destas partículas.



    Investigadores da UC desenvolvem bioprocesso para remoção de microplásticos nas estações de tratamento de águas. Foto: mrjn Photography/Unsplash


    Este estudo, que tem como principal objetivo perceber qual o potencial de contaminação proveniente de efluentes industriais após tratamento nas estações de tratamento interno das empresas, está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) no âmbito do projeto “Make water cleaner”.

    De acordo com Solange Magalhães, investigadora do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) do DEQ, «já foi possível identificar qual a composição dos principais microplásticos encontrados, sendo que o mais abundante nos efluentes das diferentes indústrias é o polietileno tereftalato (PET), um polímero largamente usado em diferentes indústrias».

    Verificou-se ainda que «as propriedades físico-químicas dos microplásticos encontrados indicam que, na sua maioria, estes apresentam carga de superfície negativa, pelo que os biofloculantes que estão as ser desenvolvidos e que foram obtidos a partir de resíduos agroflorestais e de biomassa proveniente de espécies invasoras, promovem uma eficiente floculação e, posterior, remoção dos efluentes», explica a investigadora da FCTUC, acrescentando que a floculação é uma etapa essencial no tratamento tradicional de efluentes, muito utilizada nas ETAR’s.

    Dado o elevado consumo de plásticos e o pouco cuidado por parte dos utilizadores em fazer uma correta separação e encaminhamento para reciclagem, a contaminação do meio ambiente por microplásticos tornou-se num problema emergente em todo o mundo.

    Portanto, para a equipa da FCTUC, «todas as tecnologias que permitam minimizar essa problemática têm elevado interesse a nível ambiental e social.

    A valorização de um resíduo de biomassa e o desenvolvimento de um produto que previne a contaminação ambiental, evitando o uso de compostos de origem sintética, tem também um alto impacto», conclui. (Universidade de Coimbra)

    22 DE MAIO DE 2023



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